Coletes para a Coluna: Quando Usar, Quais os Tipos e os Riscos do Uso Indevido
- Dr.Bondan
- 28 de jun.
- 5 min de leitura

Você pesquisou por cintas ou coletes para a coluna e está tentando encontrar uma solução para suas dores nas costas, postura ou diagnóstico recente de coluna? Antes de comprar qualquer acessório ortopédico, leia este artigo até o fim. Aqui você encontrará orientações médicas confiáveis, baseadas em evidências científicas, sobre quando realmente o uso de coletes para a coluna é indicado — e, principalmente, quando ele pode estar sendo usado de forma inadequada, agravando o seu problema.
Este conteúdo foi preparado por um especialista em cirurgia de coluna com atuação reconhecida em Chapecó/SC, e tem o objetivo de esclarecer dúvidas frequentes sobre coletes, cintas e as reais indicações clínicas de cada modelo. Clique aqui agora e agende já sua consulta.
O que são coletes ortopédicos para a coluna?
Coletes ortopédicos são dispositivos rígidos ou semirrígidos utilizados para imobilizar ou estabilizar a coluna vertebral em determinadas condições médicas. Diferentemente das cintas elásticas vendidas em farmácias, os coletes ortopédicos são prescritos por médicos especialistas após análise clínica, exame físico detalhado e interpretação criteriosa de exames de imagem, como raio-X e ressonância magnética.
Esses dispositivos podem ter funções distintas:
Estabilizar fraturas vertebrais;
Controlar a progressão da escoliose em pacientes em fase de crescimento;
Proteger a coluna no pós-operatório de cirurgias complexas;
Em alguns casos, reduzir dor mecânica, embora isso deva ser avaliado com cautela.
Tipos de coletes para coluna: quais são e para que servem?
🔹 Colete Putti Alto e Putti Baixo
Esses modelos são indicados, em geral, para fraturas torácicas e lombares de compressão estável. O Putti alto é utilizado para fraturas mais altas, enquanto o Putti baixo é aplicado para fraturas na região lombar. Eles ajudam a manter a postura ereta e limitam os movimentos de flexão.
🔹 Colete Jewett
O colete Jewett é um modelo rígido em três pontos que evita a flexão do tronco. É indicado para fraturas compressivas da coluna torácica ou lombar, especialmente quando se deseja evitar que o paciente dobre a coluna para frente. Muito utilizado em casos de fraturas osteoporóticas.
🔹 Colete TLSO (Thoraco-Lumbo-Sacral Orthosis)
Este é um dos coletes mais conhecidos e usados no controle da escoliose. O TLSO abrange desde o tórax até o quadril e atua promovendo um alinhamento postural com pontos de pressão estratégica. Quando confeccionado sob medida, pode ajudar na estabilização de curvas escolióticas moderadas.
🔹 Colete 3D
O colete 3D é uma versão moderna e personalizada do TLSO, elaborado com tecnologia tridimensional e CAD/CAM, permitindo ajustes muito mais precisos. Indicado para pacientes em fase de crescimento com curvas entre 20° e 40°, e que ainda estejam esqueleticamente imaturos, ou seja, que não tenham concluído o crescimento ósseo (identificado por exames como o sinal de Risser).
🔹 Colete Milwaukee
Utilizado em casos de escoliose de curvas torácicas altas, o Milwaukee é um colete menos comum atualmente, porém ainda indicado em algumas poucas situações específicas. É um dispositivo mais complexo, com hastes que se estendem até o queixo e a parte de trás da cabeça, restringindo a movimentação do tronco superior.
Quando o colete é indicado?
✅ Correção de escoliose em crescimento
O uso de colete como tratamento conservador da escoliose só é eficaz em pacientes que ainda estão em fase de crescimento e com curvaturas entre 20° e 40°, conforme o grau medido por radiografia (método de Cobb). Fora dessas condições, o colete tem eficácia limitada ou nenhuma.
Importante: o colete não “endireita” a coluna definitivamente. Ele retarda ou estabiliza a progressão da curva, enquanto o corpo ainda está em desenvolvimento.
✅ Fraturas vertebrais
Alguns tipos de fraturas estáveis, como as fraturas por compressão, podem ser tratadas com coletes como Putti ou Jewett, a depender do nível da fratura, do tipo (estável ou instável), da presença de lesão ligamentar e da avaliação do potencial de consolidação óssea. Nesses casos, o colete é usado temporariamente, com controle rigoroso por exames e acompanhamento médico.
✅ Pós-operatório de cirurgia de coluna
Em alguns tipos de cirurgias — especialmente quando há instabilidade residual ou necessidade de proteção extra durante a reabilitação — o colete pode ser prescrito por tempo determinado. Nessas situações, a função do colete é apenas proteger o processo de cicatrização, nunca substituir a estabilidade proporcionada pela cirurgia.
Riscos do uso inadequado de coletes para a coluna
O uso indiscriminado de coletes ou cintas pode provocar efeitos colaterais significativos e até agravar o problema que o paciente busca resolver. Entre os principais riscos, destacam-se:
⚠️ Hipotrofia muscular
O uso prolongado e sem indicação de coletes pode causar hipotrofia muscular por desuso — ou seja, os músculos da coluna e do tronco enfraquecem devido à falta de estímulo. Isso gera dependência do colete e piora da dor ao removê-lo, além de aumentar a sobrecarga articular.
⚠️ Compensações biomecânicas
Um colete mal ajustado ou mal indicado pode alterar a postura do paciente, levar a desequilíbrios musculares, dores em outras regiões (como quadris e joelhos), e até mudanças na marcha.
⚠️ Atraso de diagnóstico cirúrgico
Alguns pacientes usam coletes por longos períodos na tentativa de evitar cirurgia, mas sem melhora clínica. Isso pode atrasar o tratamento cirúrgico necessário, levando à progressão de sintomas neurológicos ou deformidades irreversíveis.
Cinta ou colete não resolvem todos os casos: cuidado com soluções milagrosas
É muito comum pacientes chegarem ao consultório após meses (ou anos) usando cintas vendidas sem prescrição, acreditando que isso “alinharia” a coluna. A verdade é que essas soluções não só são ineficazes para a maioria dos problemas de coluna como podem mascarar sintomas importantes, retardando o diagnóstico correto.
Se você sente dor persistente, formigamentos, perda de força, dificuldade para caminhar ou alteração na sensibilidade, seu problema pode ser mais grave — como uma hérnia de disco, estenose de canal ou instabilidade vertebral — e exigir avaliação especializada.
Qual o primeiro passo antes de usar um colete?
Nunca inicie o uso de coletes para coluna por conta própria. O primeiro passo deve ser sempre consultar um médico especialista em coluna, que irá realizar:
Anamnese completa (histórico de dor e sintomas associados);
Exame físico ortopédico e neurológico;
Exames de imagem como raio-X, tomografia ou ressonância magnética;
Avaliação do grau de maturidade esquelética (em casos de escoliose);
Diagnóstico diferencial com outras causas de dor (musculares, articulares, viscerais).
Somente após esse processo o especialista indicará — se for o caso — o modelo de colete adequado, seu tempo de uso e a necessidade de fisioterapia associada.
Quando o colete pode ser útil?
Apesar de todos os cuidados e riscos apontados, há sim situações em que o colete é um aliado importante, desde que:
Seja prescrito por especialista;
Tenha tempo de uso controlado;
Seja usado em conjunto com reabilitação muscular ativa;
Exista um plano de desmame progressivo;
Seja avaliado periodicamente por exames.
O problema não está no colete, mas em sua indicação errada ou uso excessivo.
Atendimento especializado em coluna em Chapecó/SC
Se você está em dúvida se deve usar ou não colete para coluna, se está sofrendo com dores crônicas, ou foi diagnosticado com escoliose, hérnia de disco, fratura ou outras alterações, procure uma avaliação especializada e humanizada.
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